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SOBRE O ARMAZÉM DA UTOPIA

PORTO
- do latim portu -
substantivo masculino, lugar que dá
passagem, lugar que, por oferecer
às embarcações certo abrigo,
lhes permite fundear ou amarrar e
estabelecer contatos e comunicação,
lugar de descanso e de refúgio.

Armazém 6
Armazém 6 lugar de grandes encontros
Armazém da utopia
porto aberto

O Armazém da Utopia foi totalmente restaurado e modernizado. A importância do restauro é evidente, um armazém portuário centenário, construído em 1910, na grande reforma de Pereira Passos, quando a cidade do Rio de Janeiro se preparava para ser um dos portos mais importantes do mundo. Momento histórico da cidade onde buscava-se esconder nossa herança negra e criar uma cidade a imagem e semelhança das cidades europeias, especialmente Paris. Hoje a UNESCO reconhece essa área em que estamos como a Pequena África, memória da cidade negra, memória de inúmeras lutas de libertação, memória do maior cais escravagista que o mundo conheceu, o Cais do Valongo.


Nessa nova forma de ver e contar a história se insere a Companhia Ensaio Aberto e o Armazém da Utopia. Nós viemos para essa área da cidade, em 2010, cem anos depois da construção dos armazéns portuários, num momento em que essa área tinha o pior IDH da cidade do Rio. Hoje, fizemos uma obra que consolida o espaço como a casa da Ensaio Aberto, mas também como um Porto Aberto para receber os coletivos irmãos do Brasil, da América Latina, da África e de todos os lugares do mundo.

Com estrutura de galpão histórico de 3.300 m², de tipo inglês, o Armazém 6  foi restaurado respeitando o projeto original, algo raro entre os 18 armazéns construídos no Cais da Gamboa. A estrutura manteve a arquitetura singular com grande vão central no interior, característico do passado portuário.
 
Todas as pontes rolantes, marquises, portões e telhado foram recuperados, e as telhas substituídas. O projeto de luz preservou a iluminação com entrada de luz natural e original. Paredes internas e externas passaram por restauro e pintura. Os gradis foram substituídos, toda a estrutura metálica renovada e calhas reconstruídas. Não houve um tijolo sequer, dos milhares que compõem a fachada, que não tenha sido tratado. Com o fim da obra, a área construída do armazém e do seu galpão anexo aumentou quase 50%, passando de 5.050 m² para 7.417 m².

A grandiosidade do espaço comporta uma diversidade de eventos culturais e sociais, a exemplo dos já realizados MURS do La Fura Del Baus, Festival de Cinema do Rio, Festival Panorama de Dança, Back to Black, Festival Multiplicidade e lançamento de álbuns como “Ladrão”, do rapper Djonga, instalações como a NBA House e festas da cidade. O Armazém 6 abriga também os projetos mais arrojados da Companhia Ensaio Aberto, como os espetáculos Missa dos Quilombos, Dez Dias que Abalaram o Mundo e O Dragão.

No novo Armazém da Utopia novos espaços são inaugurados com projeto do arquiteto e cenógrafo J. C. Serroni: o Teatro Vianinha, a sala Sérgio Britto, a sala João das Neves, a sala Leandro Konder e a sala Fernando Peixoto. Ligando o boulevard ao mar, a Travessa Olga Benario Prestes, e nela o Bar Bertolt Brecht. É uma pequena, mas carinhosa homenagem a companheiros e companheiras de luta que nos precederam. O Teatro Épico no Brasil, teve um início tardio e a continuidade interrompida, impedindo que tivesse amplo desenvolvimento. A abertura desses novos espaços deve ser um marco na história do teatro dos trabalhadores e na luta pela cultura popular.

Nosso armazém é um Porto Aberto de pesquisa de linguagem, lugar onde outros coletivos podem “fundear ou amarrar e estabelecer contatos e  comunicação, lugar de descanso e de refúgio”, lugar de abrigo, mas sobretudo um Armazém da Utopia, lugar de construção de cidadania onde os homens e mulheres readquiram fôlego, estabeleçam novos laços; um porto que em vez de nos amarrar à terra nos ajude a navegar, a recobrar nossas forças, a encontrar um ao outro, para que possamos sobreviver e até vicejar em meio ao turbilhão.

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lugar dE GRANDES encontros

Com estrutura de galpão histórico de 3.300 m², de tipo inglês, o Armazém 6  foi restaurado respeitando o projeto original, algo raro entre os 18 armazéns construídos no Cais da Gamboa. A estrutura manteve a arquitetura singular com grande vão central no interior, característico do passado portuário.

Todas as pontes rolantes, marquises, portões e telhado foram recuperados, e as telhas substituídas. O projeto de luz preservou a iluminação com entrada de luz natural e original. Paredes internas e externas passaram por restauro e pintura. Os gradis foram substituídos, toda a estrutura metálica renovada e calhas reconstruídas. Não houve um tijolo sequer, dos milhares que compõem a fachada, que não tenha sido tratado. Com o fim da obra, a área construída do armazém e do seu galpão anexo aumentou quase 50%, passando de 5.050 m² para 7.417 m².

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Com a reforma e ampliação do Armazém da Utopia, a cidade do Rio de Janeiro passa a contar com mais uma venue para eventos favorecendo o ambiente de circulação de pessoas, turismo cultural e ambiente de negócios. A grandiosidade do espaço comporta uma diversidade de eventos culturais e sociais, a exemplo dos já realizados Festival de Cinema do Rio, Festival Panorama de Dança,  MURS do La Fura Del Baus, Rio Oil e Gás, Back to Black, Festival Multiplicidade, instalações como a NBA House e festas da cidade. O Armazém 6 abriga também os projetos da Companhia Ensaio Aberto, como os espetáculos Missa dos Quilombos, Dez Dias que Abalaram o Mundo e O Dragão.

Baixe o catálogo da reforma do Armazém da Utopia

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sonho não é mais sonho

“Desde que surgiu, no início dos anos 90, a Companhia Ensaio Aberto, como o próprio nome já indica, explora a ideia do ensaio como experimento e por ela pauta a sua intervenção na cena brasileira.”

Iná Camargo Costa

“Insistir na ‘Dignidade da Política’ e na sua relação com a criação estética, num país em que o exercício da política é diariamente criminalizado pela ideologia privatista prevalecente que devora os espaços públicos de ação coletiva, revela uma incontestável disposição da Companhia Ensaio Aberto para encarar a contracorrente. Para afirmar-se como sinal de contradição. Para propor um teatro que recupere a vocação de trabalhar desafios gerais, sentimentos gerais, esperanças gerais, complexos, contraditórios, desiguais, interpelando a estreiteza, a superficialidade, mediocridade, a infantilização dos dramas individuais que nos são oferecidos pelo mercado do entretenimento”
Pedro Tierra

“A Cartoucherie, do Théâtre du Soleil, é a inspiração que mais se aproxima do nosso projeto. Vou muito a Praga, lá eles têm o Industrial Palace, mas não pertence a uma companhia de teatro permanente. Pode até existir, mas não conheço nada no mundo que se compare ao que fizemos.”
J.C Serroni

arquiteto do Armazém da Utopia e cenógrafo da Companhia Ensaio Aberto.

Foi para cumprir esse propósito que o projeto de restauro e modernização foi pensado. Não há nada parecido no país com o que a Ensaio Aberto inaugurou.

Desde sua fundação, 1993, a Companhia Ensaio Aberto propõe um teatro que recupere “a vocação de trabalhar desafios gerais, sentimentos gerais, esperanças gerais, complexos, contraditórios, desiguais”, como definiu o poeta Pedro Tierra. Uma companhia que, “como o próprio nome já indica, explora a ideia do ensaio como experimento e por ela pauta a sua intervenção na cena brasileira”, segundo a pesquisadora de teatro Iná Camargo Costa, professora aposentada da Universidade de São Paulo.

Foi para cumprir esse propósito que o projeto de restauro e modernização foi pensado. Não há nada parecido no país com o que a Ensaio Aberto inaugurou – algo que só encontra paralelo, embora com maior complexidade, na Cartoucherie, como é conhecida a sede da companhia Théâtre du Soleil em Paris, fundada em 1964 por Ariane Mnouchkine e Philippe Léotard.

O projeto começou a ser elaborado há mais de 15 anos, quando os fundadores da companhia, Luiz Fernando Lobo e Tuca Moraes, participaram de um simpósio sobre construção e restauração de teatros em equipamentos históricos, em Póvoa de Lanhoso, uma vila de 20 mil habitantes, no distrito de Braga, em Portugal.

Quem estava no simpósio era o arquiteto teatral, cenógrafo e artista plástico J.C. Serroni, reconhecido internacionalmente como o maior fazedor de teatros brasileiro, responsável por quase uma centena de projetos cênicos, parceiro de quase três décadas do diretor Antunes Filho. Depois de meia hora de reunião e alguns almoços e jantares com Lobo e Tuca durante o simpósio, o martelo foi batido: Serroni seria o arquiteto.

“A Cartoucherie, do Théâtre du Soleil, é a inspiração que mais se aproxima do nosso projeto. Vou muito a Praga, lá eles têm o Industrial Palace, mas não pertence a uma companhia de teatro permanente. Pode até existir, mas não conheço nada no mundo que se compare ao que fizemos”, diz Serroni.

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